Homem e mulher: parceiros de Deus no projeto família
Há um mês, li uma reportagem que trazia uma pesquisa sobre o comportamento masculino*. Dados contidos nela indicavam que, na maioria dos países emergentes e de economias desenvolvidas, os homens estão muito mais envolvidos na criação dos filhos do que em épocas anteriores. Embora o Brasil não faça parte deste grupo de países indicados na pesquisa, é correto afirmar que essa mudança de comportamento tem ocorrido por aqui também.
Estes dados apontam para uma mudança de paradigma social, uma nova compreensão de ser família, principalmente na perspectiva da não limitação dos papéis dentro dela. Estando as mulheres cada vez mais no mercado de trabalho e assumindo responsabilidade idêntica à do parceiro na provisão da família, tornou-se natural a repercussão desta realidade no comportamento do casal, na rotina da casa e cuidado com os filhos. Os homens estão descobrindo o prazer da paternidade que é o estar juntos, o brincar, o passear, dar gargalhadas, o de estar presente e sensível no acolhimento da dor física ou sentimental. Na medida em que o tempo passa, o filho ou filha adolescente vem encontrando na figura paterna alguém com tempo para o diálogo aberto e espontâneo, para o desabafo, a confidência e, até mesmo, para o exercício da criticidade.
Os tempos são difíceis, violência política, violência urbana, desemprego, machismo e demais preconceitos, o declínio dos valores cristãos de justiça, respeito e amor ao próximo cada vez mais esquecidos e a família desacreditada em seu papel de formação dos novos cidadãos. Por isso, é necessário que ambos, homens e mulheres, unam forças contra os sinais de anti-vida que aí estão, a começar pelo terreno familiar, não descuidando dessa bonita parceria que vem sendo inaugurada.
Finalizo ressaltando a importância da espiritualidade na família. É nela onde os primeiros passos da fé são dados e os pais não podem negligenciar este papel de orientadores espirituais de seus filhos e filhas, sendo exemplos de amor, solidariedade, harmonia e fé. Dizem que “se a família vai bem, a sociedade vai também”, então, temos um longo caminho a trilhar, mas com alegria já estamos visualizando os frutos de um novo tempo que, com certeza, irá espalhar seus raios de luz para as demais áreas da vida.
Tábita Rotter Cavalheiro
Pastoral Escolar
Colégio Metodista Americano
*Instituto Ipsos Mori responsável pela pesquisa com 18.180 adultos de em 22 países em maio de 2017. Responsável: Claire Emes diretora sênior do instituto Ipsos Moris